terça-feira, 3 de agosto de 2010

Um bom corte de cabelo é difícil de encontrar.

Sou careca. Levo tantos anos nisto que já nem me membro quando o verbo foi "estou"... Sou careca assim como sou gordo de perna, fraco de braços, parvo de cara. É assim que eu sou. Mas algum cabelo tenho, certo? Ladecos e por trás, estão a ver? E é cortá-lo, de vez em quando.
Há para aí uns dez anos que não vou a um barbeiro. Vou ter de ir uns destes dias. Nunca foi para mim um prazer visitar um barbeiro. Pior só mesmo o dentista. Agora tenho uma dentista simpática que é minha doente donde que. Barbeiros não tenho na minha lista pelo que portanto.
Quando era criança ia ao barbeiro do meu pai. Primeiro ele levava-me. Anos depois lá ia sózinho. Ficava muito perto de minha casa e mais, ele era meu vizinho. Só não trabalhava quando tinha problemas de saúde, uma "ursa de estômago", como dizia a esposa, uma mulher mais bem posta que a minha mãe e que admitia um só penteado, daqueles que sobem para o alto, não entendia eu como é que gente tão bem apessoada e arranjada podia dizer "ursa de", eu sabia - havia um dicionário de saúde lá em casa - que era úlcera... O penteado seria grátis mas por isso mesmo não variava, penso eu.
Bom, este barbeiro só sabia cortar-me o cabelo de uma forma e feitio, que nunca era como eu queria. Eu timidamente lá me explicava e tal, mas nada. A derrota acontecia cada três meses, aprox. E ainda por cima chegava a casa e era gozado familiarmente.
Quando fui viver para o Carvalhido frequentei um barbeiro também à antiga ali em Silva Porto. Os cortes acontecidos acabaram por ser menos derrotas do que empates. Depois na minha vagabundagem o corte foi-se sucedendo acontecendo aqui e ali, até se criar este longo hiato que se irá desfazer não tarda nada.
É o que eu digo. O quê? Já disse, não me vou repetir, estejam atentos! Pôrra! (acabei de ler o Catcher in the Rye, nota-se, não?)
E depois é aquela coisa de que "até estás mais novo", e etc., dura uns quinze dias para aí, e férias! Só me falta encontrar a vítima, perdão, o barbeiro. Ah, já me esquecia, a vítima sou eu...

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