segunda-feira, 9 de agosto de 2010

A importância de que uma garagem viva.

A garagem do meu actual condomínio cheira um pouco a morte. Mais de metade está desocupada, alargando a todo um enorme edifício aquilo que sucede ao casulo de quatro apartamentos - 311 a 314 - em que me insiro: só o meu é habitado em permanência, o 313 de vez em quando, o 312 tem o lugar de garagem ocupado mas não mais, o 314 sofre da mesma morte antecipada.
Anteontem terá estado em câmara ardente gente de coturno, a avaliar pelos veículos que dificilmente conseguiam encontrar onde estacionar pelas minhas redondezas, as caras importantes que embora subidas não deixavam de ser... caras de enterro. Hoje de manhã o espaço à volta da pequena paroquial já estava desimpedido, venha o próximo. Há algum ambiente nocturno em dois cafés ao nível do rés-do-chão, mas para o volume de gente admissível para toda esta urbanização, considero-os residuais. Sei que estamos em Agosto...
E porém, no meu antigo prédio, hoje atrás de uma porta de garagem que é um estúdio de música onde já ouvi o Sérgio Castro ensaiar, uma bateria e um sintetizador trocavam malhas de ritmo, domingo de manhã, dia do Senhor, ou melhor ainda, de quem faça dele o seu dia, como os músicos, gente Maior. Amén.

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